"Muitos livros foram escritos sobre bruxaria(...). Embora seus autores soubessem que bruxas existissem, nenhum deles consultou uma bruxa sobre suas visões a respeito da bruxaria. Afinal, a opinião de uma bruxa deveria ter algum valor, mesmo se não se encaixasse nas opiniões preconcebidas(...). Sou antropólogo e é consenso que o trabalho de um antropólogo é investigar o que as pessoas fazem e em que acreditam, e não o que outras pessoas dizem que elas fazem ou acreditam."(Gardner, 2003, p.21-22 em: A Bruxaria Hoje)
"A Bruxaria Moderna é um fato. Ela não é mais uma relíquia subterrânea da qual a camada restante, e até mesmo a própria existência, é acirradamente disputada pelos antropologistas. Ela não é mais o passatempo bizarro de um punhado de excêntricos. Ela é a prática religiosa ativa de um número substancial de pessoas." (Farrar, 1985, p. 2 em: A Bíblia da Feitiçaria)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

WICCA: UMA CULTURA ESTRANGEIRA NO BRASIL?

Por Erynn Dé Dannán

Uma das críticas que se tem feito à Wicca é o fato de ela ter sido "importada" dos EUA, num um tempo em que se luta para manterem vivas as tradições e a cultura que são próprias de nosso país, além de tentar diminuir o impacto da "cultura fast-food" e qualquer outra "novidade" que venha dos EUA ou de outros países.
Mas há um detalhe muito importante que as pessoas ainda não se deram conta, ou não querem considerar: O que é a cultura brasileira? Se pararmos para pensar, há vários pontos a serem observados. Um deles é o tamanho de nosso país. A outra é a diversidade de costumes que existem, sem contar que a maioria dela tem suas origens em outros povos.
Vamos pensar: O Brasil é um país com enorme área territorial. Colonizada por portugueses. Invadida por holandeses e franceses. Juntando uma parte que era de domínio espanhol. Só nesse parágrafo há quatro culturas diferentes convivendo durante pelo menos três séculos. E olha que eu ainda nem mencionei os "índios" e "africanos".
A partir do século XIX outras culturas juntaram-se à nossa "cultura brasileira" (já havia uma cultura "comum" no nosso território, e, preste atenção, ela vai mudar novamente). Alemães e italianos, ingleses e povos das mais diversas partes chegaram ao sudeste, e sul do território para trabalhar na lavoura cafeeira e povoar o território recém anexado pelo tratado de Santo Idelfonso.
Através dessa pequena visita ao passado podemos perceber que a "cultura brasileira" é na verdade uma colcha de retalhos de culturas de outros povos. Mesmo hoje percebemos que a cultura do sul, é totalmente diversa do norte, assim como a do nordeste é diferente do sudeste. É claro que ela tem as suas especificidades, porém ainda assim não deixa de ter seu caráter policultural.
Aí entra outra questão: A cultura é estática? Em um ano e meio de faculdade aprendi que a cultura é uma instituição em construção. Ela é dinâmica, é construída através do tempo, está sempre mudando. Algumas coisas permanecem iguais, outras se modificam e outras são acrescentadas. Mas isso não é algo ruim, pelo contrário. Uma cultura estática é uma cultura morta. Mas isso não significa que devemos abandonar a nossa cultura e adotar outra por achar que ela é melhor. Uma coisa não justifica a outra. Mas também não quer dizer que naturalmente alguma característica de culturas diferentes possa fazer parte da nossa.
A Wicca é um exemplo disso. As pessoas a criticam principalmente por ela vir dos EUA. O que elas não sabem é que ela é originalmente inglesa, e não americana. Ainda assim, a própria Wicca é uma mistura de diversas culturas, não é algo predominantemente anglo-saxã. Ao chegar ao Brasil ela se adapta aos nossos próprios costumes, sem perder sua originalidade, pois a forma como ela foi concebida permite isso. Um exemplo é que um Wiccano brasileiro pode perfeitamente trabalhar com deidades indígenas e africanas, sem com isso deixar de ser wiccano. Se a Wicca originalmente trabalha com seres do folclore anglo-saxão, como fadas e duendes, isso não significa que aqui não podemos utilizar a caipora, e a iara. Um dos exemplos mais vivos é a Roda do Ano, que aqui é invertida, pois estamos no Hemisfério Sul. Nada impede que utilizemos elementos da nossa própria cultura para enriquecer os nossos rituais.

2 comentários:

Anônimo disse...

você escreve muito bem,não percebi nenhum erro seu de português, quase chorei,quando li de tão perfeito e sem nexo...
a deusa triplice é brasileira???
as principais referencias em livros vem da onde mesmo????
o brasil tem uma cultura de qualidade????
como posso misturar culturas sem tirar nada delas?????
apesar de adaptarmos a cultura celta,ela não se adapta a local ou é ela ou não, é por isso nao somos wiccanos,wiccanos sao os gardnerianos londrinos,nós somos bruxos ou pagão que seguem essa filosofia triplice,mas nos nao podemos dizer claramente sou wiccan, q o proprio termo é inglês.e wicca é uma filofia tradicionalmente da inglaterra com vários aspectos, diferentes.é possivel adapta-las mas adaptando-a ela deixa de ser wicca....

mateus disse...

ridículo o comentário acima!!!
essa pessoa realmente não sabe o que é wicca...