Ela estava diante do computador - onde era cada vez mais freqüente encontrá-la - quando de repente virou- se pra mim e disse:
"Amor, sou uma Bruxa!"
E eu gelei!
As imagens em minha mente eram uma completa confusão! Lembrava-me das bruxas das histórias em quadrinhos e daquelas dos contos da carochinha: velhinhas malvadas e feiosas com enormes verrugas no nariz, cozinhando criancinhas (meu Deus, minha filhinha!). Nada parecidas com a figura angelical que tinha à minha frente...
- É? - Tentei parecer natural, mas não evitei a pergunta: "Como assim, uma bruxa?" Ela apenas sorriu, então percebi como devia ter soado tola minha pergunta, e tentei melhorá-la:
- Só estou perguntando porquê se começarem a aparecer asas de morcego e línguas de lagarto na nossa dispensa, eu vou saber do que se trata!
Piorou!! Ué, mas sei lá... Não sabia nada sobre bruxas de verdade. Já tinha visto umas duas entrevistas da Márcia Frazão e também já li alguns livros do Paulo Coelho, mas como imaginar que ali na minha cama também dormia uma Bruxa? Tinha tantas dúvidas... e se as colegas de minha mulher começassem a pousar com suas vassouras bem no meu quintal numa noite de lua cheia? O que fazer?
Oferecer um refresco de sapo e levar junto açúcar e adoçante?
Ou então uns biscoitinhos crocantes de pernas de aranha?
Aos poucos ela foi me situando, ia me explicando as lendas em torno das bruxas e suas origens, também contava histórias de suas antepassadas. E eu podia ver seus olhinhos brilharem quando ela me falava da tal Deusa.
Deusa mesmo, no feminino, vejam só!
Em momento algum minha mulher tentou me "converter". Acredito em meu Deus e ela, em sua Deusa, nada mais justo! Tudo que ela me diz a respeito de sua Religião sou eu mesmo quem procuro saber. Até porque, como poderia respeitar sem nem entender?
Antes de consagrar, ela me deixou ver seus instrumentos. Fiquei meio inquieto ao ver o tal Athame, mas ela me explicou que um wiccano nunca tira vidas, pois respeita toda forma vivente.
Toda noite ela entrava em sites sobre Bruxaria, eu via aquelas páginas negras, com mulheres seminuas e homens com enormes chifres e achava que tudo não passava de uma curiosidade passageira e banal. Uma influência de Paulo Coelho, essas coisas de esoterismo e misticismo. Só com o tempo percebi que se tratava de algo bem mais amplo.
É assim como uma escolha de vida, uma visão diferente do mundo ao nosso redor. Onde cada qual tem o direito de ser e fazer como bem achar melhor e sempre considerando os outros. Por isso, principalmente, respeito e admiro minha bruxinha (como carinhosamente a chamo) e todos seus irmãos wiccanos.
E tem um tal livro da capa toda preta que não ouso mexer, mas que agita minha imaginação. Ela já me disse que é um diário e me proibiu de tocá-lo. Fico a imaginar seu conteúdo: poções, feitiços, rituais e receitas (será que ela já fez alguma pra mim num jantar?).
Uma vez espiei um de seus Rituais - de longe, sem atrapalhar, claro! - e posso dizer que achei muito bonito. Assim como acho linda a devoção dela aos Deuses.
Gosto também do cheirinho de incenso espalhado pela casa.
E confesso que me sinto mais protegido por ter sido escolhido por minha bruxinha como seu companheiro.
E acho muito legal a relação dos wiccanos com a Natureza.
E também considero interessante a constante busca do equilíbrio e harmonia dos Bruxos com os ciclos da Natureza.
E me sinto orgulhoso por ter uma companheira tão especial (embora ela teime em dizer que não é diferente de ninguém, sei...)!
Essas Bruxas...
"Amor, sou uma Bruxa!"
E eu gelei!
As imagens em minha mente eram uma completa confusão! Lembrava-me das bruxas das histórias em quadrinhos e daquelas dos contos da carochinha: velhinhas malvadas e feiosas com enormes verrugas no nariz, cozinhando criancinhas (meu Deus, minha filhinha!). Nada parecidas com a figura angelical que tinha à minha frente...
- É? - Tentei parecer natural, mas não evitei a pergunta: "Como assim, uma bruxa?" Ela apenas sorriu, então percebi como devia ter soado tola minha pergunta, e tentei melhorá-la:
- Só estou perguntando porquê se começarem a aparecer asas de morcego e línguas de lagarto na nossa dispensa, eu vou saber do que se trata!
Piorou!! Ué, mas sei lá... Não sabia nada sobre bruxas de verdade. Já tinha visto umas duas entrevistas da Márcia Frazão e também já li alguns livros do Paulo Coelho, mas como imaginar que ali na minha cama também dormia uma Bruxa? Tinha tantas dúvidas... e se as colegas de minha mulher começassem a pousar com suas vassouras bem no meu quintal numa noite de lua cheia? O que fazer?
Oferecer um refresco de sapo e levar junto açúcar e adoçante?
Ou então uns biscoitinhos crocantes de pernas de aranha?
Aos poucos ela foi me situando, ia me explicando as lendas em torno das bruxas e suas origens, também contava histórias de suas antepassadas. E eu podia ver seus olhinhos brilharem quando ela me falava da tal Deusa.
Deusa mesmo, no feminino, vejam só!
Em momento algum minha mulher tentou me "converter". Acredito em meu Deus e ela, em sua Deusa, nada mais justo! Tudo que ela me diz a respeito de sua Religião sou eu mesmo quem procuro saber. Até porque, como poderia respeitar sem nem entender?
Antes de consagrar, ela me deixou ver seus instrumentos. Fiquei meio inquieto ao ver o tal Athame, mas ela me explicou que um wiccano nunca tira vidas, pois respeita toda forma vivente.
Toda noite ela entrava em sites sobre Bruxaria, eu via aquelas páginas negras, com mulheres seminuas e homens com enormes chifres e achava que tudo não passava de uma curiosidade passageira e banal. Uma influência de Paulo Coelho, essas coisas de esoterismo e misticismo. Só com o tempo percebi que se tratava de algo bem mais amplo.
É assim como uma escolha de vida, uma visão diferente do mundo ao nosso redor. Onde cada qual tem o direito de ser e fazer como bem achar melhor e sempre considerando os outros. Por isso, principalmente, respeito e admiro minha bruxinha (como carinhosamente a chamo) e todos seus irmãos wiccanos.
E tem um tal livro da capa toda preta que não ouso mexer, mas que agita minha imaginação. Ela já me disse que é um diário e me proibiu de tocá-lo. Fico a imaginar seu conteúdo: poções, feitiços, rituais e receitas (será que ela já fez alguma pra mim num jantar?).
Uma vez espiei um de seus Rituais - de longe, sem atrapalhar, claro! - e posso dizer que achei muito bonito. Assim como acho linda a devoção dela aos Deuses.
Gosto também do cheirinho de incenso espalhado pela casa.
E confesso que me sinto mais protegido por ter sido escolhido por minha bruxinha como seu companheiro.
E acho muito legal a relação dos wiccanos com a Natureza.
E também considero interessante a constante busca do equilíbrio e harmonia dos Bruxos com os ciclos da Natureza.
E me sinto orgulhoso por ter uma companheira tão especial (embora ela teime em dizer que não é diferente de ninguém, sei...)!
Essas Bruxas...