"Muitos livros foram escritos sobre bruxaria(...). Embora seus autores soubessem que bruxas existissem, nenhum deles consultou uma bruxa sobre suas visões a respeito da bruxaria. Afinal, a opinião de uma bruxa deveria ter algum valor, mesmo se não se encaixasse nas opiniões preconcebidas(...). Sou antropólogo e é consenso que o trabalho de um antropólogo é investigar o que as pessoas fazem e em que acreditam, e não o que outras pessoas dizem que elas fazem ou acreditam."(Gardner, 2003, p.21-22 em: A Bruxaria Hoje)
"A Bruxaria Moderna é um fato. Ela não é mais uma relíquia subterrânea da qual a camada restante, e até mesmo a própria existência, é acirradamente disputada pelos antropologistas. Ela não é mais o passatempo bizarro de um punhado de excêntricos. Ela é a prática religiosa ativa de um número substancial de pessoas." (Farrar, 1985, p. 2 em: A Bíblia da Feitiçaria)

terça-feira, 26 de junho de 2007

FAMILIARES: ANIMAIS DE PODER

A Wicca além de ser uma religião que usa magia, também possui traços xamânicos, e uma característica disso são os familiares. Os familiares são animais vivos que as bruxas usam como fortalecedor da sua magia e como companheiros, acredita-se que o animal que serve de familiar acrescenta as energias às da magia do bruxo para aumentar-lhe o poder, visto que possui uma grande sensibilidade com as energias do Mundo Mágico. O familiar mais conhecido é o gato preto, e um dos rituais mágicos que os bruxos realizavam com esse familiar consistia em esfregar-lhe o lombo com sal à meia-noite para atrair dinheiro. Outros familiares são os corvos, cães, corujas, e ratos.
Antigamente acreditava-se que o bruxo podia enviar o seu familiar a um inimigo com instruções específicas para prejudicá-lo. Hoje, nem todos os bruxos têm familiares, e os que têm raramente os usam em seus rituais. Essa crença perdurou por muito tempo durante a Idade média e Moderna, e acreditava-se que esses animais eram bruxas disfarçadas para fazer mal às pessoas, e sugar a energia das crianças pequenas. Por essa mentalidade, a Igreja e o povo em geral passou a matar e torturar esses animais, acreditando que eles se transformariam novamente em bruxas, confessando o seu pacto com o demônio. Milhares de cães e gatos foram torturados e mortos nas fogueiras, e até hoje isso acontece. A fama de azar dos gatos pretos perdura até hoje, o que faz com que uma pessoa prefira atropelar um gato a deixá-lo cruzar o seu caminho.
Por muitos anos os bruxos foram acusados de matarem e torturarem esses animais em rituais satânicos e até hoje somos acusados de sacrificar animais coisa que não fazemos. Mas olhando por essa ótica, o que é crueldade para quem é capaz de atropelar um gato por acreditar que ele irá lhe atrair a má sorte?
Animais têm sido atribuídos a divindades por muito tempo, veja os deuses egípcios, e os pré-colombianos. Outros são apontados como representantes ou companheiros de certas divindades, assim acontece com Hécate, que tem como animal símbolo o cão, ou Babdh Catha que é representada por um corvo.
Seja como for, as pessoas passaram a associar esses animais ao mau agouro, o que não é bem assim. O significado, a simbologia dos animais para nós vai muito além do a visão simplista de bem e mal e sejam eles quais forem, merecem o nosso respeito pois são manifestações do sagrado. São parte dos Deuses assim como nós.

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