"Muitos livros foram escritos sobre bruxaria(...). Embora seus autores soubessem que bruxas existissem, nenhum deles consultou uma bruxa sobre suas visões a respeito da bruxaria. Afinal, a opinião de uma bruxa deveria ter algum valor, mesmo se não se encaixasse nas opiniões preconcebidas(...). Sou antropólogo e é consenso que o trabalho de um antropólogo é investigar o que as pessoas fazem e em que acreditam, e não o que outras pessoas dizem que elas fazem ou acreditam."(Gardner, 2003, p.21-22 em: A Bruxaria Hoje)
"A Bruxaria Moderna é um fato. Ela não é mais uma relíquia subterrânea da qual a camada restante, e até mesmo a própria existência, é acirradamente disputada pelos antropologistas. Ela não é mais o passatempo bizarro de um punhado de excêntricos. Ela é a prática religiosa ativa de um número substancial de pessoas." (Farrar, 1985, p. 2 em: A Bíblia da Feitiçaria)

domingo, 19 de agosto de 2007

2. RECONHECEMOS QUE A NOSSA INTELIGÊNCIA NOS ATRIBUI UMA RESPONSABILIDADE ESPECIAL COM RELAÇÃO AO AMBIENTE EM QUE VIVEMOS


"Procuramos viver em total harmonia e equilíbrio ecológico com a natureza, proporcionando plenitude à vida e consciência dentro de um conceito evolucionário".

Por Laylah


Sendo a Wicca uma religião da natureza, não é de espantar o seu interesse pelas questões ambientais. Seja este interesse manifestado duma forma pública, através da colaboração com movimentos ecologistas e da participação em manifestações de defesa das espécies ou do meio ambiente, ou em privado tomando forma ritual ou mágico-simbólica, ele existe sempre como parte imprescindível da religião Pagã.
Os Wiccanos sabem que "...quanto mais se sintonizarem com o ambiente em que vivem e trabalham (...) mais significativa se tornará a sua religião, mais efetivo será o seu trabalho psíquico, maior a sua contribuição para o bem-estar e saúde de Gaia e mais realizadas e integradas estarão elas como seres humanos."
Este envolvimento com a natureza ultrapassa muito as formas profanas em que se faz normalmente a abordagem dos problemas ecológicos, transpondo o assunto para um nível em que a preservação da natureza/Gaia não tem apenas um interesse enquanto base material da vida humana, mas adquire uma dimensão sagrada, uma importância que pode justificar mesmo o sacrifício de alguns interesses e benefícios humanos.
O Paganismo interpreta com maior profundidade estas questões ecológicas, uma vez que considera a natureza e qualquer dos seus elementos tão sagrados como o Deus ou a Deusa.
O respeito pela natureza é assim um valor intrínseco e fundamental no Paganismo. Esta visão distancia-se de uma visão bíblica, na qual, ordenando Deus ao Homem que domine toda a terra e todas as criaturas viventes, pode justificar assim indiretamente a depredação que esse mesmo Homem tem feito dos recursos naturais.
Os Pagãos não têm, no entanto, um tipo de visão apaixonada e irreal dos problemas do ambiente. São cidadãos urbanos ou rurais, conscientes dos problemas que assolam o mundo de hoje, que têm pela vida e pela humanidade um apreço tão grande como pela restante natureza. O seu esforço é portanto dirigido simultaneamente no sentido da salvaguarda da natureza e no melhoramento da condição humana.

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